Vou falar sobre o que vivi e hoje vejo no segmento da beleza.
Vivemos muitas mudanças. O que antes demorava 100 anos para mudar em questão de comportamento e conhecimento, hoje a mudança acontece em apenas 1 ano!
Se você é cabeleireiro há mais de 30 anos lembra que no Brasil existiam poucas empresas de cosméticos e que estas reinavam soberanas.
Lembrando de 15 anos atrás, vivenciamos algumas marcas de cosméticos para cabelos sendo desenvolvidas no Brasil. E essas alcançavam o cabeleireiro mais humilde, pois a tecnologia era escassa e o preço era bem inferior ao mercado.
Hoje vivemos uma enxurrada de marcas nacionais que terceirizam seus produtos ou tem fabricas próprias e essas são pequenas, medias e grandes brigando de frente com grandes marcas mundiais como Loreal, Wella, Keune, Schwarzkopf,....
Pois é, o mercado mudou! E isso aconteceu muito rápido!!
Minha visão sobre tudo isso é que grandes marcas tinham grandes distribuidores responsáveis por grandes regiões pois tinham muitos vendedores. Entendeu? Empresa, distribuidor e vendedor esse sempre foi o modelo de negócio das marcas de cosméticos envolvendo (coloração, descolorante, tratamentos e alisamentos) Porém, isso mudou!!!
Como?
Distribuidores hoje tem suas próprias marcas e vendedores também!!
Uma vez que todos entenderam que o lucro é maior não tendo atravessadores o risco de criar uma nova marca no mercado se torna aceitável. E empreender passa a ser uma realidade.
E como começar? Por onde?
Com progressivas... Lógico!!!
Produtos à base de formol ou diversos ácidos que quando aquecidos mantém o cabelo liso ( neste post não abordarei os riscos ao utilizar progressivas)
Por que começam com o produto progressiva??? Porque é barato! E o cabeleireiro em uma única aplicação já tira o custo do produto e se consegue fazer até 20 processos com um único produto. Realmente um negócio da China!!!
Com isso o novo empresário empreendedor consegue o capital para realmente entrar no setor da beleza com os produtos necessários.
E o mercado da beleza inchou!
E é exatamente nesse momento que nos encontramos!!
A mudança foi boa? O que você acha?
Vamos considerar 1º do ponto de vista do novo empresário de cosméticos e depois do ponto de vista do cabeleireiro.
O distribuidor ou vendedor sabe vender, mas dificilmente tem conhecimento do que e como desenvolver bons produtos para o cabelo.
E é aí que o problema começa!!!
No escuro o novo empresário da beleza vai a uma grande fábrica de produtos cosméticos como "Coferly" e "Color way " " duas grandes fábricas da América latina sediadas em São Paulo, Brasil.
Segue uma visita a fábrica:
Ali encontram tudo do que precisam ativos e componentes para a produção de:
- Descolorante (branco, azul, violeta, vermelho,...)
- Colorações ( naturais, reflexos, corretores, superclareadores, reforçadores de clareamento, MIX,..)
- Tonalizantes ( naturais, reflexos, corretores, MIX, matizadores,...)
- Tratamentos ( Shampoos, máscaras, condicionadores, ampolas, plex, cauterizações,...)
- Alizamentos ( Tioglicolato de Amônio, Hidróxido de Guanidina, Hidróxido de Sódio, Hridróxido do Litio,...)
E agora? O que produzir?
As fabricas tem pacotes disponíveis que vão de um fusca a uma Ferrari em questão de ativos, tecnologia e resultados.
E sabe o que é mais desafiador?
É ter alguém pensando pela sua marca, alguém que entenda de ativos e pigmentos, alguém que realmente crie um diferencial em algo que você está apostando todas as sua fichas.
Você deve estar se perguntando, como assim? A empresa não fornece todas essas informações?
E eu Alejandro Valente te respondo NÃO!! Pelo menos não em partes.
Como disse existem pacotes de tantas cores e tantos produtos para começar a brincadeira e esses pacotes são os que fulano e ciclano comprou!! Poucas mas bem poucas empresas "se é que tem alguma" pensou no mais importante antes de criar qualquer produto.
Sabe o que é?
É pensar...o que incomoda o cabeleireiro? Qual sua dor? Qual produto iria resolver esse ou aquele problema no dia a dia do salão de beleza?
Talvez você posso estar achando que eu estou sendo prepotente por me referir assim a grandes empresários. Peço desculpas se criei essa impressão. Mas deixa eu te falar...
Todas as semanas empresas com esses perfis citados à cima entram em contato comigo sabe para que?
Para que eu os ajude a desenvolver o marketing do produto. Como assim? É isso mesmo! Me contratam para prestar consultoria sobre como vender seus novos e mesmo antigos produtos.
E minha 1º pergunta na 1º visita a fábrica é: Para quem foi desenvolvido esse produto?
A resposta é óbvia: Para o cabeleireiro!
Mas minha pergunta não é essa! Eu pergunto para que tipo de cabelo se crespo, liso, ondulado, fino, grosso, com volume, sem volume, descolorido, colorido, sensível, quebradiço, sem elasticidade, se deve seu usado a quente ou a frio)
E aí vem minha descoberta óbvia. Vem a grande resposta:
Então...é para isso que contatamos você, Alejandro!
" Imagine construir uma casa sem levar em conta o tamanho da família, sem levar em conta o tamanho dos móveis, sem levar em conta o local certo para tomadas e interruptores, sem levar em conta se a casa vai servir.
Depois de construída ter que ficar derrubando e quebrando paredes e aumentando cômodos, com toda certeza não é a melhor forma de investir seu tempo e dinheiro"
Para se criar qualquer produto, primeiro deve ser definido quem é o cliente, depois do que ele precisa, quanto ela está disposto a pagar, qual o canal para alcança-lo, como criar um relacionamento com ele e talvez a maior questão: O que de maior valor eu entrego?
Se conseguir identificar a necessidade saberá exatamente o que produzir!
Você empreendedor da beleza deve fazer um plano de negócios não somente pensando no quanto vai investir, mas principalmente no o que vai produzir e aí sim as fabricas cumprirão com excelência o seu papel. Por entender exatamente o que você quer em entregar "seus" planos como resultados nas misturas dos produtos.
Se esse for o caminho eu tenho certeza que nos encontraremos em grandes feiras, eventos e workshops
Porem se não for eu temo que sua empresa não dure mais 2 anos!
Porque aí entra a visão do cabeleireiro quanto ao o que mudou.
Num mundo em que os alunos são do século XXI, os professores são do século XX e a empresas do século XIX Como você pode se destacar?
Para ficar claro e focado, falarei sobre a visão do cabeleireiro no próximo post
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