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A "Crise" no Efeito Batom

A "Crise" no Efeito Batom
Zeno Sanches
Aug. 28 - 10 min read
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Crise no setor de beleza registra a primeira retração em 23 anos

Diferentemente em tempos anteriores da economia, o segmento da Beleza não venceu a crise e caiu de 2,5% nas vendas de janeiro a abril, segundo a Abihpec; no 2º trimestre, as empresas Natura e Avon mostraram seus baixos resultados desde 2014.

O Brasil foi responsável pela queda nos lucros da francesa L'Oréal.

A Procter & Gamble decidiu deixar de investir 50% de seus lucros em publicidade no País,diferente dos 15% na média global (o grupo fez um "pente fino" mundial para unificar o atendimento e reduzir ineficiências).

Em 2015 a indústria da beleza,  também registrou queda.

O "efeito batom", faz com que as pessoas gastem mais com cuidados pessoais durante períodos de retração econômica,mas nem esta tese resistiu ao arroxo dos brasileiros. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o setor teve retração de 2,5% de
janeiro a abril, em relação ao mesmo período de 2014, nada assim havia sido registrado em 23 anos.

Várias empresas sentiram em diferentes sentidos, mas todos seguramente sentiram. Segundo fontes de mercado, as marcas de venda direta, como Natura e Avon, estão entre as mais afetadas pela decisão do brasileiro de cortar gastos.

O Brasil é o principal mercado global da Avon, e a empresa teve no país queda de 6% no segundo trimestre; em dólares, as vendas despencaram 32% por causa da forte desvalorização do real.

Na Natura, a receita no mercado brasileiro caiu 4,6%, enquanto o volume
vendido teve baixa de 15%. No caso da Natura, o consenso do mercado é que não é só a situação do setor que vem influenciando a piora dos resultados, também isso deve a concorrência da o Boticário nos últimos anos.

Ao comentar seus resultados do segundo trimestre, no entanto, a Natura
deixou claro que sua estratégia é investir no porta a porta.

Analistas do setor dizem, no entanto, que a empresa precisa ter a coragem de se assumir como "multicanal".

Até agora, o consenso é que os passos nessa direção - como a criação da Rede Natura, de venda pela internet, e a abertura de uma única loja da Aesop, em São Paulo - foram tímidos demais.

A Natura desenvolve há quatro anos um projeto de loja própria, tem até um ponto comprado para abri-la, mas não conseguiu até agora tirá-lo do papel.

Marcas que têm presença no varejo também estão sentindo o peso da crise.

A rede O Boticário, por exemplo, prevê um crescimento de um dígito para
2015, depois de cinco anos de expansão entre 16% e 25%.

O grupo paranaense, que vinha abrindo pelo menos cem lojas anualmente, este ano não deve expandir a rede em sequer 50 unidades.

Em maio, o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, afirmou que a marca trabalha com um cenário de recuperação real para a economia somente em 2017.

A francesa L'Oréal, relatou altos custos com a aquisição da Niely, voltada à classe C, no início deste ano.

A P&G empresa também vendeu parte de seu portfólio de beleza à Coty, desfazendo-se de Wella e Koleston, em operação que deverá ser concluída no segundo trimestre de 2016, marcas como a Pantene, porém, seguirão no conglomerado.

De abril a junho, as vendas globais da P&G no setor de beleza caíram 4% em volume.

Outra gigante global que vinha crescendo acima de 10% no País, a Unilever, também sentiu os efeitos da crise.

O grupo afirmou, na teleconferência de resultados do segundo trimestre,
que conseguiu manter os resultados no Brasil no azul.

Farmácias tentam atrair vendas em beleza

A Maior rede de farmácias no País, a Raia Drogasil não sentiu, no segundo
trimestre, a retração que o mercado brasileiro vem experimentando.

Pelo contrário: a empresa viu sua receita subir 22,9%, para R$ 2,3
bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado.

Nas lojas abertas há mais de um ano, o crescimento chegou a 14,7%.

Segundo o presidente da Raia Drogasil, Marcilio Pousada, parte deste
resultado se deve ao mercado de higiene e beleza.

Seguindo de perto o modelo da britânica Boots, a rede vem expandindo as lojas de sua rede para focar na venda de medicamentos - item que o
consumidor, especialmente o de idade mais avançada, não pode deixar de consumir nem mesmo em tempos de aperto econômico - e também de itens de cuidados pessoais.

Neste último segmento, a ordem não é só melhorar a oferta de produtos,
adicionando opções mais sofisticadas nas prateleiras, como maquiagem.

A estratégia é brigar também no quesito preço, especialmente num momento em que o consumidor pensa muito mais antes de comprar.

Segundo Pousada, com 1.142 unidades espalhadas pelo Brasil, sendo 127 abertas nos últimos 12 meses, a Droga Raia e a Drogasil têm condições de brigar com os supermercados e hipermercados pela preferência do consumidor.

Conveniência

Segundo analistas de mercado, no entanto, a principal vantagem competitiva das farmácias é a conveniência.

Especialmente em tempos de dinheiro curto, estar perto do cliente quando
ele resolve gastar é fundamental.

É por isso, diz o executivo da Raia Drogasil, que as novas lojas são
abertas em esquinas movimentadas - para que fiquem bem visíveis.

Depois de tentar algumas vezes ganhar mercado no MMN através da Oceanic, (já extinta), a Racco assume sua atuação e parte pra ofensiva.

Com 30 anos de mercado, cerca de 700 pontos de distribuição no Brasil, presença em 6 países, com mais de 300 produtos, a Racco aposta na qualidade de seus produtos, nos selos de certificação dos maiores órgãos de regulamentação e em toda estrutura que criou para se firmar, fazer e acontecer no Brasil.

A Racco teve uma mudança no mercado. A empresa criou um plano, com adesão acessível e sem exigência de estoque; oferece pagamento via cartão de crédito, treinamentos gratuitos e bons prêmios e viagens.

O sistema de treinamento é feito pela Racco Academy.

A empresa está oferecendo ferramentas on-line, guias impressos, call center e outros meios para obter a melhor comunicação que puder com o empreendedor e com o cliente.

O aumento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 mostra a retomada do crescimento da economia do país. Para o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo de Souza Jr., o resultado já era esperado e mostra o processo de recuperação econômica.

O diretor aposta em um consumo maior das famílias, com previsão de alta de 3,4% este ano. Em 2017, o crescimento foi de 1%. “A gente vê recuperação do consumo das famílias e do investimento também”.

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento está relacionado à inflação em baixa, que passou de 8,7% em 2016 para 3,4% em 2017; a taxa de juros menor, que caiu de 14% para 10%; e o crédito para pessoa física, que recuperou 2,6% no ano passado.

O agronegócio puxou o resultado positivo, com alta de 13% em comparação ao ano anterior.

Para 2018, a previsão, de acordo com o diretor, é de queda de 1,4% no setor em decorrência de uma safra de grãos 6% menor.

Comércio

Em relação ao comércio, o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, avalia que a alta de 1,8% do setor no ano anterior aponta para o início da recuperação dos prejuízos com a crise. “Se olhar pela ótica do PIB, em 2015 e 2016, a riqueza do PIB do comércio encolheu 13,8%. Agora, a gente repôs 1,8%”.

O movimento na Rua 25 de Março, maior centro de comércio popular de São Paulo
em 2017, o consumo das famílias cresceu 1% Marcelo Camargo/Agência Brasil

Já a queda nos investimentos preocupa. A taxa de investimento em 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo dos 16,1% de 2016. “Se a gente continuar tendo mais consumo e menos investimento, o que vai sair daí é uma inflação maior e, aí, somos obrigados a abortar não só o crescimento, como abortar o próprio crescimento do consumo”.

Para este ano, a CNC trabalha com a perspectiva de expansão do PIB de 2,8%, impulsionada pela inflação e taxas de juros baixas e alta na geração de empregos.

Na avaliação do economista Istvan Kasznar, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a retomada econômica ainda é insuficiente para dar uma sensação de melhoria consistente.

“É um anúncio bom e é algo de que necessitávamos para acreditar mais, para ter mais alento. Ainda estamos longe dos indicadores de que necessitamos e permanecemos, infelizmente, enforcados pela falta da reforma da Previdência, por excesso de carga fiscal, por uma crise de corrupção inenarrável, incomparável na história do Brasil, e outros tantos fatores que ainda não nos mobilizam o suficiente”, disse.

Indústria

No caso da indústria, o economista Marcelo Azevedo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma que o crescimento deve ocorrer em 2018, mas não em ritmo exuberante. “Não vai se conseguir, já neste ano, recuperar tudo o que foi perdido, mas a gente acredita na continuidade da recuperação neste ano, sim”.

O setor fechou 2017 sem registrar crescimento - em estabilidade, com peso grande da construção, que teve queda de 5%.

Em particular, a CNI aposta que haverá crescimento mais uniforme entre os vários setores. “A gente acredita que este ano vai ter uma participação menor das exportações e maior do mercado doméstico, o que vai tornar o crescimento mais homogêneo entre todos os setores”.

Fonte Folha de São Paulo.

 


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